terça-feira, 18 de março de 2008

VOCÊ MUDARIA POR UM AMOR?


“Por você, eu dançaria tango no teto / Eu limparia os trilhos do metrô / Eu iria a pé do Rio a Salvador...”. A letra da música “Por Você”, da banda Barão Vermelho, mostra que, muitas vezes, quem está apaixonado é capaz de cometer loucuras pra conquistar a pessoa amada.


E isso não acontece só no mundo de fantasia das canções de amor. Mesmo sem perceber, você já deve ter feito algo muito “louco” ou “absurdo” pra ter aquele alguém por perto. Mais do que isso, também já deve ter prometido mudar alguns comportamentos, pensamentos e atitudes só pra ficar de bem com a tal pessoa.


Você não precisa dançar nada em teto nenhum nem sair por aí limpando trilhos de metrô, mas um simples “tudo bem, não uso mais essa mini-saia” ou um “pode deixar que não jogo mais bola de sexta-feira com meus amigos” já é um baita indício de que você está entrando em um assunto polêmico: afinal, vale a pena mudar de hábitos e ceder em certos momentos só pra agradar o outro?


Para a estudante de farmácia Julia Rodrigues, 20, vale: “acho que ser flexível é algo super importante em um relacionamento. Não tem como agradar o outro em 100% das atitudes, mas acredito que a gente tenha que se esforçar pra tentar tornar a relação o melhor possível”.


Apesar disso, ela admite que essa mudança de comportamento é algo que depende da relação e que é difícil de se controlar. “Quando estou solteira e vejo minhas amigas que estão namorando deixarem de sair, de falar com o ex ou de fazer certas brincadeiras, penso que elas estão erradas e que não têm atitude. Mas quando eu realmente gosto de uma pessoa também faço a mesma coisa”.


Ela conta que já mudou alguns hábitos pra ganhar a confiança do namorado. “No começo, ele não gostava que eu falasse com o meu ex e nem que eu tivesse muitos amigos homens. Também queria palpitar nas minhas roupas e queria que eu reservasse meu fim de semana inteiro pra ele. Acabei fazendo tudo isso que ele pediu, mas depois me arrependi um pouco e resolvi tudo negociando, na conversa”.


Mas não são todos que concordam quanto à importância da flexibilidade em um relacionamento. Para Mariana Broscolli, 19, estudante de moda, ceder demais é igual a perder identidade. “Tenho minhas manias, meus desejos, meu jeito de ser. Minha personalidade é forte e não mudo por causa de um namoro. Se a pessoa não gosta desse meu jeito, é só cair fora”.


Tudo bem, você deve estar pensando: “nem oito, nem oitenta!”. Pois é, o ideal é não exagerar em nenhum dos sentidos, ou seja, nem virar ‘cachorrinho’ e fazer tudo que o outro quer, e nem se achar a perfeição em pessoa, imutável.


Mas achar esse equilíbrio é algo difícil, principalmente quando se está apaixonado. Mesmo assim, tem gente que tenta. É o caso do estudante de jornalismo Rodrigo Pedroso, 21. “Essa é uma questão complicada, difícil de responder. Mas acredito que a vale a pena ceder até certo ponto, sem exagerar. Pequenas coisas podem ser mudadas, outras nem tanto. Por exemplo: se a minha namorada falar que não quer que eu tenha muitas amigas mulheres, o que eu vou fazer? Não dá pra ceder nesse sentido. Às vezes você até quer mudar mais não consegue”, garante.

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