segunda-feira, 29 de outubro de 2007

FIDELIDADE PARTIDÁRIA


Os partidos terão 30 dias para pedirem os mandatos dos parlamentes e chefes do Executivo que trocaram de partido. Caso não os façam, o Ministério Público Eleitoral (MPE) tomará a iniciativa. A informação foi dada hoje, 29, pelo procurador eleitoral do Ministério Público Federal (MPF), Eduardo Pelella.
“Os partidos tem 30 dias para fazer isso... os partidos terão uma opção de reivindicar o mandato ou não, pode ser que queiram, mas se optarem por não fazê-lo, o MPE fará”, disse Pelella. Segundo ele, os partidos conhecem a resolução e sabem da posição do MPE a respeito da fidelidade partidária. Ele diz esperar que os partidos exerçam suas atribuições e peçam o mandato dos deputados, prefeitos e vereadores infiéis de volta e que não deixe nenhum tipo de responsabilidade a mais para o Ministério Público Eleitoral.
Pelella informou que está verificando com cautela, mas que ainda não tem noção do número de parlamentares e de prefeitos em Sergipe que trocaram de partido a partir do dia 27 de março (Legislativo) e 16 de outubro (Executivo). Para que não ocorra um atraso, o MPE se antecipará e vai pedir auxílio dos promotores de Justiça de Sergipe, que verifique nas zonas eleitorais, quanto prefeitos e vereadores estão nesta situação de perda do mandato. “Isso possibilita que o MPE faça um quadro”. A reunião acontece na tarde de hoje.
Sobre as brechas que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ratificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no qual a defesa dos políticos que venham a perder o mandato possam argumentar de que o partido ‘mudou de rumo’ por isso trocaram de agremiação partidária, Pelella foi enfático: “Vai ter que provar isso. O partido mudou de direção? Sim, cadê a prova?”.
Quanto a uma demora nas decisões por parte da Justiça Eleitoral na cassação dos mandatos, o procurador eleitoral explicou que está é uma matéria administrativa, portanto não cabe recurso. “Vai ser rápido. Recurso não vai caber não”, disse.
O TSE decidirá sobre os casos de senadores e deputados federais. Vereador, prefeito e deputados estaduais serão julgados pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE´s).
‘O chato’
Questionado sobre que vários políticos sergipanos, o consideram um ‘chato’, Pelella, bem humorado, disse que espera está cumprindo sua função. Ele afirmou que se considera um “tanto rigoroso”, dentro dos casos legais. “Acho que é bom que a sociedade se acostume com essa posição”. “Espero que não seja exatamente chato, mas pelo que eu acho que um certo rigor não faz mal”.




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